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Nascimento do Chamamé

No ano de 1930, na cidade do Buenos Aires o diretor artístico da RCA Victor, Juan Carlos Casas, pediu para o grande cantor paraguaio Samuel Aguayo, que gravava sob o seu selo, que  incluísse no seu repertório algumas canções correntinas, tendo este alegado que Corrientes e Paraguay não tinham distinções nos seus repertórios. Mas o diretor insistindo, pediu  que Samuel Aguayo que criasse alguma coisa especial para Corrientes, surgindo a idéia de criar uma nova canção ou gênero musical. Samuel Aguayo solicitou a colaboração de Franciso Pracánico, músico de sucesso da época e de Diego Novillo Quiroga, compositor. Já os três de acordo, Aguayo entoôu então uma antiga melodia paraguaia muito popular, “Guaimi pysâpe” (unha de velha ), que é um “purahéi ou polca syryry “  de autor anônimo, a qual serviu para que Pracánico criasse uturpando (termo técnico musical que indica tirar um motivo de outro já existente ) a tão solicitada melodia correntina com letra de Diego Quiroga. Após a criação da melodia feita sob encomenda, faltava dar um nome ao novo pretenso gênero musical,  quando Aguayo sugeriu o nome de “chamamé”, antiga palavra guarani que significa “tarefa ou encargo feito as pressas”. Esta música foi gravada com o nome de “Corrientes Poty” ( Flor de Corrientes ), e cujo lançamento se deu em 17 de junho de 1930, tendo tido imediato grande sucesso e difusão.

A grande verdade está justamente em que seja como for, esta música não foi precursora de um novo gênero musical, senão que foi extraído de um já existente, o purahéi ou polca syryry de origem autenticamente paraguaia. Tanto a polca paraguaia, a guarânia e o chamamé, são músicas de compasso 6/8, sendo que a polca é tocada em ritmo alegre ou rápido, a guarânia em ritmo lento e o chamamé em ritmo moderado.

Mauricio Cardozo Ocampo mostra através de uns fragmentos de partituras na pág 219 a similaridade ( plágio ) entre “Guãimí pysapé” e “Corrientes Poty”, e também entre “Colorado Retã” e Kilometro 11,  como prova de  todo o alegado.

Mauricio Cardozo Ocampo, além de músico e compositor de grande sucesso pela qualidade de suas criações, é escritor folklorista de renomada reputação, que se baseia na probidade e exatidão das suas pesquisas e investigações.

Mauricio Cardozo Ocampo é autor das letras de vários clássicos da música paraguaia, que já contam no repertório internacional, tal como Galopera (letra e música), Regalo de amor (letra e música), Sé Que te Perdi (letra), Mi Destino (letra), Añoranza (letra).

Colaboração e tradução: Engenheiro Gerardo Zelada Cafure.


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